domingo, 5 de janeiro de 2014

Uma nova corrida às universidades começa amanhã

Como o Sisu centraliza as vagas em instituições de ensino superior, sobretudo federais, que adotam o Enem como processo seletivo, a expectativa na semana que passou foi para a divulgação das notas do Exame Nacional do Ensino Médio. O resultado nunca foi divulgado com tamanho atraso. Até a noite da última sexta, 3 de janeiro, ante véspera da abertura das vagas para o Sisu, o Ministério da Educação não havia divulgado os resultados finais.
Enquanto os candidatos que prestaram o Enem 2013 aguardavam com ansiedade a divulgação das notas, o atraso acabou virando piada na internet. A personagem fictícia “Dilma Bolada”, que mantém um perfil no Facebook, fez piada com a divulgação, informando que o atraso estaria ligado ao fato de “Dilma” ter levado consigo um “pen-drive” com as notas para a praia onde ela descansa na Bahia.

A disputa pelas vagas do Sisu é acirrada. Nos últimos anos, o congestionamento da rede de internet tem feito com que alunos passem a madrugada debruçados em computadores. O Sisu é considerado hoje a maior porta de entrada para o ensino superior no país.
Entre os estados com mais vagas, Minas Gerais é o primeiro lugar, com 20.029 opções ofertadas por 18 instituições de ensino superior. Em segundo, vem o Estado do Rio, que tem 16.740 vagas distribuídas entre 15 instituições. Na Bahia, são sete instituições disponibilizando 11.839 oportunidades. Rondônia é a unidade da federação com menor número de vagas ofertadas. São apenas as 140 do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia.
Atenção: nota mínima sai esta semana
Ao longo desta semana vai estar disponível para os participantes do Sisu a nota mínima necessária para ser aprovado em cada curso. É a chamada nota de corte, calculada com base no número de vagas oferecidas e nas notas das pessoas inscritas. Essa pontuação mínima pode mudar diversas vezes e, portanto, é importante o estudante ficar sempre atento ao sistema. Uma nota suficiente para ele ser aprovado num curso nesta segunda pode se tornar mais baixa que o necessário, conforme a procura por aquele curso. O Sisu considera apenas as últimas informações cadastradas.
A primeira chamada dos aprovados para o primeiro semestre será divulgada no dia 13 de janeiro. Os selecionados deverão se matricular nos dias 17, 20 e 21 de janeiro, nas próprias instituições de ensino. A segunda chamada acontece dia 27 de janeiro, com matrícula nos dias 31 de janeiro e 3 e 4 de fevereiro (ver agenda ao lado).
Quem não for convocado nessas duas chamadas terá entre de 27 de janeiro a 7 de fevereiro para se inscrever na lista de espera. As instituições usarão essa lista para preencher vagas não ocupadas.
Paraenses também miram outros estados no Sisu
A estudante Letícia França, de 18 anos, está no terceiro ano do Ensino Médio na Escola Estadual Professora Raimunda Sena da Silva, localizada no município de Curuçá, região Nordeste do Estado. Ela já decidiu que vai se inscrever ao Sisu para tentar Medicina Veterinária pela Ufra como primeira opção e Ciências Biológicas pela UFPA como plano B. Confiante de que pode alcançar êxito na opção de número um, a jovem conta que se dedicou com mais afinco nos últimos meses aos estudos. “Em julho fiquei em casa, não saí da cidade e aproveitei as folgas para estudar. Não são muitas vagas ofertadas, mas acho que posso ter um bom resultado porque acho que me saí bem no Enem”, sugeriu a vestibulanda, entrevistada antes da divulgação das notas do certame.
Embora seja só dois anos mais velho que Letícia, Erick Lima, 20, já está mais que acostumado com esse clima pré-vestibular. Desde 2011 ele tenta uma vaga no curso de Medicina; E esse ano, além de tentar uma vaga pela UFPA pelo Enem, no processo seletivo exclusivo da instituição, referente às demais vagas ofertadas (além do Sisu), ele vai tentar pelo sistema a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e também a Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio), nessa ordem de preferência. “Para mim, o Sisu é a melhor estratégia que há, junto com o [Programa Universidade Para Todos] Prouni, para que eu possa tentar vestibular em outras excelentes universidades fora do Estado sem precisar viajar”, indica o estudante.

FORASTEIROS
Se 2014 for o ano de Erick, ele engrossa as estatísticas do próprio MEC sobre o fato de a ocupação das vagas de Medicina que entram para o Sisu acabarem indo para os ditos “forasteiros”, aqueles que não moram no mesmo Estado da instituição em que vão estudar. Um levantamento divulgado no ano passado apontou que esse percentual de mobilidade ultrapassa os 46%. “Nos processos seletivos da Ufra, a concorrência com alunos de outros Estados nunca passou de 2%, e não acreditamos que esse número irá aumentar. O Sisu democratiza o acesso à universidade. Dá chance principalmente aos estudantes do interior”, opina o reitor da Federal Rural da Amazônia, Sueo Numazawa.
O DIÁRIO procurou também a Pró-Reitoria de Graduação da UFPA por meio da Assessoria de Comunicação da Universidade a fim de comentar o assunto, mas não obteve retorno.
(Diário do Pará)

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